Campanha elaborada pelo SINTAJ abordou a desigualdade racial brasileira

Redação SINTAJ 2 MIN PARA LER
Campanha Novembro Negro, Mês de Luta teve como objetivo contribuir com o debate sobre desigualdade racial

Com o objetivo de contribuir para a promoção do debate público sobre as desigualdades raciais que ainda persistem no Brasil, neste ano, o SINTAJ criou a campanha “Novembro Negro, Mês de Luta”, por ocasião do dia 20 de novembro, data em que se celebra o Dia da Consciência Negra.

O projeto foi constituído por uma série de ações nas redes sociais do sindicato, feitas durante todo o mês de novembro. A campanha contou com postagens informativas sobre as consequências do racismo na vida das pessoas pretas e pardas, com depoimentos e entrevistas de filiados e profissionais negros ligados à entidade e também com a realização de duas lives com temas relacionados à questão racial.

A “Novembro Negro, Mês de Luta” foi lançada no dia 3 de novembro com uma matéria de abertura, na qual se explicava o que era a campanha e a necessidade da sua existência através dos dados alarmantes sobre a morte de jovens negros nas favelas e periferias, o superencarceramento e a condição econômica precária dos pretos e pardos no país.

A jornalista e pesquisadora Bruna Rocha falou sobre o movimento de mulheres negras no Brasil Foto: Divulgação/Sintaj

Nos depoimentos e na entrevista o enfoque foi outro. A ideia era permitir que pessoas negras falassem das suas trajetórias, para além do racismo e da opressão que sofrem. Contaram as suas histórias de vida, em vídeo, o coordenador de comunicação e imprensa do SINTAJ, Alberto Miranda; o servidor filiado, Bruno Calheira e o casal de servidores aposentados Magno Carvalho e Maria de Fátima Trinchão. Já a economista e supervisora técnica do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) – Bahia, Ana Georgina Dias, foi entrevistada pela Ascom do SINTAJ sobre sua trajetória pessoal e profissional enquanto mulher negra.

Ao longo do dia 20, o sindicato postou em suas redes uma série de cards com dados que mostravam a desigualdade abissal entre as populações negra e branca no Brasil. As postagens abordaram a desigualdade de renda, de presença entre a população carcerária e nos espaços de poder e o feminicídio, que tem como maioria das vítimas mulheres negras. O último card do dia propôs uma reflexão: como você pode ajudar a combater a desigualdade racial?, indagava a postagem.

Para a campanha foram realizadas duas lives. A primeira aconteceu no dia 26 e teve como convidado o advogado e professor Samuel Vida. A mediação ficou por conta do coordenador de comunicação e imprensa do SINTAJ, Alberto Miranda. Vida abordou o tema “Relações Raciais e Sistema de Justiça no Brasil” e explicou o racismo estrutural que toma conta do Judiciário brasileiro e como isso faz com que o sistema de Justiça do país se torne uma máquina de matar e prender pretos e pobres.

O professor e advogado Samuel Vida abordou o tema “Relações Raciais e Sistema de Justiça no Brasil” Foto: Divulgação/Sintaj

A segunda live teve como convidada a professora, jornalista e ativista Bruna Rocha. Rocha, que teve sua apresentação mediada pela coordenadora de aposentados do SINTAJ, Celeste Oliveira, falou sobre o tema “O Movimento de Mulheres Negras no Brasil” e mostrou como grande parte da luta dos movimentos negros é feita feita pelas mulheres negras.

Alberto Miranda considera que a iniciativa foi muito importante, pois demonstra o comprometimento do sindicato com a pauta racial. “A campanha foi um marco na história do SINTAJ e se soma à luta antirracista no país. Com esse projeto, a gente se junta aos movimentos que lutam pelo fim do racismo e dá visibilidade a essa questão tão séria que foi, durante muito tempo, tratada de forma negligente pela sociedade brasileira. Nós sempre trabalhamos essa questão e este ano optamos por ampliar mais ainda as discussões. Foi uma campanha muito proveitosa e acreditamos que em 2021 faremos muitas outras atividades, não só em novembro como ao longo do ano”, assegurou o coordenador de comunicação.