Campanha estimula debate sobre prevenção ao suicídio

Redação SINTAJ 4 MIN PARA LER

A Campanha Setembro Amarelo foi criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), para promover a conscientização da população brasileira sobre a prevenção ao suicídio e, consequentemente, reduzir o número de mortes autoprovocadas no país.

Embora a campanha aconteça durante todo o ano, setembro foi escolhido para dar uma maior visibilidade ao tema pelo fato de a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP, na sigla em inglês) ter estabelecido o dia 10 deste mês como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. Em 2019, a retirada da própria vida foi a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o planeta. No Brasil, todos os anos são registradas cerca de 12 mil mortes autoprovocadas, segundo dados do Ministério da Saúde. Já na Bahia, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do estado (Sesab), entre 2009 e agosto de 2021, 6.698 pessoas cometeram suicídio.

Cada caso é um caso

Não há uma explicação geral ou universal para apontar os motivos que levam uma pessoa a atentar contra a própria vida. O suicídio resulta de uma convergência complexa de fatores culturais, genéticos, sociais e psicológicos, juntamente com as experiências pessoais vivenciadas pelo indivíduo. Cada caso é particular. Entretanto, é possível destacar alguns fatores de risco como: transtornos psiquiátricos, tentativas prévias de tirar a própria vida – estes dois primeiros são considerados os principais -, fatores estressores crônicos e recentes, dentre outros.

Segundo o Ministério da Saúde, 96,8% dos casos de suicídio no Brasil estavam relacionados a transtornos psiquiátricos, como depressão, por exemplo. No entanto, é preciso deixar claro que não apenas pessoas que convivem com essas doenças tiram a própria vida.

Falar é preciso

O suicídio ainda é um tabu social e, no geral, a maioria evita falar abertamente sobre o assunto, acreditando que discutir o tema estimula a prática. Nada mais longe da verdade. Quanto mais franco o debate, mais fácil se torna identificar o processo que leva alguém a atentar contra a própria existência e os sinais dados por estes, diminuindo, assim, as ocorrências. O Setembro Amarelo foi criado para estimular essa conversa e quebrar mitos que cercam o assunto.

Sinais

Existem suicídios que ocorrem sem aviso prévio, mas na maioria das vezes a pessoa que está com ideação suicida emite alguns sinais como: demonstrar profunda desesperança e sentimento de estar sem saída, agir de forma imprudente e se envolver em atividades de risco de forma aparentemente irrefletida, aumentar o consumo de álcool e drogas, se afastar da família e dos amigos, falar em querer morrer e ter comportamentos que indiquem estar realizando uma despedida.

Como proceder

Pessoas que cometem suicídio estão em profundo sofrimento e veem na morte uma saída. Por isso, menosprezar o sentimento de infelicidade relatado por indivíduos deprimidos ou em situações em que se sentem profundamente desesperados é uma medida contraproducente. Tratar a situação como “frescura”, “falta de Deus” ou de “força de vontade” só agrava a dor e a sensação de que não há o que fazer. O correto é acolher e dar suporte emocional a essa pessoa e aconselhá-la a procurar ajuda psicológica e/ou psiquiátrica.

Onde buscar ajuda

Centro de Valorização da Vida (CVV) – Caso esteja precisando conversar é só ligar 188

Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS) Bahia – funciona no Hospital Geral Roberto Santos e é vinculado ao Centro de Informações Antiveneno (CIAVE)

Serviços de saúde: CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde)

Emergências: SAMU 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.

Saiba mais

Site Setembro Amarelo

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio 2021

Dados OMS 2019

Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde

Painel Suvisa