Trabalhadores do Judiciário baiano criam movimento para pressionar TJ-BA a suspender trabalho presencial

Redação SINTAJ 3 MIN PARA LER

Desde o início de maio, o SINTAJ vem travando uma batalha incansável com o TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia) para que a Corte suspenda a iniciativa de retorno ao trabalho presencial nas unidades do Judiciário baiano. A decisão de voltar às atividades foi tomada durante o início da nova alta de casos e da taxa de ocupação de UTIs na Bahia e enquanto as autoridades sanitárias do país alertavam para a iminente terceira onda de Covid-19 no Brasil.

A primeira tentativa de retomada das atividades presenciais do TJ-BA foi marcada para o dia 10 de maio. Após pressionar a administração através de argumentos embasados nos números divulgados pela Sesab (Secretaria de Saúde Estadual) e nos depoimentos de autoridades sanitárias, o SINTAJ conseguiu que o Tribunal adiasse a volta para o dia 26 do mesmo mês. No entanto, o sindicato seguiu acreditando que não deveria haver um adiamento e sim uma suspensão enquanto não houvesse queda drástica no número de casos e vacinação em massa.

No dia 26, a Corte retornou às atividades presenciais a partir da fase 2. A segunda fase de retomada consiste na abertura das unidades judiciárias somente para trabalho interno, com a realização de rodízio de servidores de até 30% do total de trabalhadores de cada unidade e expediente reduzido de 9h às 15h. Contudo, a entidade seguia preocupada com a grande quantidade de trabalhadores que utilizam o transporte público para se locomover, arriscando suas vidas e as vidas de suas famílias.

Em reunião realizada no dia 27, um dia após a volta, o TJ-BA informou ao SINTAJ que manteria a fase 2 e que agiria de forma regionalizada, decretando o retorno ao teletrabalho nas regiões em que governo estadual decretasse medidas mais restritivas de circulação. O sindicato continuou reivindicando. Publicou vários textos de alerta, mostrando os dados da pandemia e as previsões das autoridades sanitárias, mas não obteve sucesso.

Em defesa da vida

Diante da situação descrita, no dia 29 de maio os servidores realizaram uma assembleia para debater o assunto e decidiram que no dia 7 de junho iniciariam o Estado de Mobilização com Teletrabalho em Defesa da Vida, um movimento de protesto contra a retomada do trabalho presencial.

A mobilização consiste na manutenção do teletrabalho por parte dos trabalhadores para obrigar a Corte a decretar a volta do trabalho remoto em todas as unidades judiciárias do estado sem distinção. O protesto não é uma greve, pois os servidores seguem trabalhando para não prejudicar o povo baiano, mas atuam em trabalho remoto para proteger a si, os seus familiares e, consequentemente, toda a população.

Para informar a todos os baianos sobre a mobilização e explicar os motivos pelo qual ela estava sendo realizada, o SINTAJ veiculou spots explicativos na Rádio Sociedade e fez uma intensa campanha nas suas redes sociais com cards, textos e vídeos sobre o movimento. Trabalhadores do Judiciário baiano, inclusive, gravaram depoimentos explicando a importância da manutenção do teletrabalho no momento.

No dia 7 de junho, o TJ-BA publicou um decreto prorrogando o trabalho remoto em todas as unidades judiciárias e administrativas do dia 25 de maio para o dia 11 de junho. No dia 14 do mesmo mês, estendeu o prazo para o dia 18. Entretanto, o SINTAJ segue liderando o movimento criado pelos trabalhadores para que o teletrabalho seja implantado até o momento em que houver a imunização em massa da população, única medida que tem o poder de realmente frear de forma eficiente a circulação do coronavírus.