Em fórum, servidores debatem possíveis resoluções para acabar com os problemas do Planserv

Redação SINTAJ 2 MIN PARA LER

Os trabalhadores do setor público baiano vêm sofrendo bastante com as deficiências do Planserv. Há dificuldades para marcar consultas e conseguir remédios essenciais, cotas para procedimentos e exames e a rede credenciada está cada vez mais precária, principalmente para quem mora no interior do estado. Não se importando com todas essas questões, o governador Rui Costa ainda cortou metade do orçamento do plano em dezembro de 2018. Agora só destina R$ 200 milhões para saúde do servidor e seus dependentes.

Apesar de indignados e cansados de pagarem por um plano que vem deixando a desejar, os trabalhadores estatais da Bahia querem revitalizar o Planserv e não abrir mão dele. Para discutir a melhor forma de fortalecer o plano os trabalhadores realizaram, no dia 10 de outubro, o fórum “O Planserv é Nosso”. Durante o evento debateu-se os problemas do plano e suas possíveis soluções.

O Fórum foi uma iniciativa do SINTAJ, juntamente com o Sindimed e outras entidades representativas dos servidores baianos. O encontro contou com apresentações e palestras e foi realizado no auditório da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

A primeira parte do encontro foi composta por palestras. A maior parte das explanações foram propositivas, mostrando experiências de alguns grupos de servidores com a autogestão dos seus planos de saúde.

O médico cardiologista Ricardo Ayache falou sobre a experiência de criação e gestão do Cassems, plano de saúde dos servidores públicos do Mato Grosso do Sul, gerido pelos próprios trabalhadores, do qual Ayache é presidente. A apresentação foi um exemplo de um caso de sucesso de autogestão, que deixou os servidores presentes muito animados com a ideia.

A diretora jurídica e de aposentados da Asfeb Saúde – plano dos servidores fiscais do estado da Bahia -, Hogla Pacheco, abordou a estrutura, o financiamento e a dinâmica do plano, também apontado como uma possível inspiração para os trabalhadores que sofrem com o Planserv. “O nosso plano é de autogestão e a manutenção financeira é exclusivamente nossa. Nós não recebemos nenhum aporte do governo”, explicou.

A terceira palestra da manhã foi da médica e diretora de comunicação e imprensa do Sindimed-BA (Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia), Clarice Saba. A médica falou sobre a necessidade dos profissionais de saúde e dos pacientes se unirem para salvar o Planserv. “O usuário tem o nosso respeito e a nossa solidariedade diante de tão grande desassistência”, afirmou Saba.

A última fala do dia foi de André Liberato, coordenador do TRT5 Saúde, plano de saúde dos integrantes da Justiça Trabalhista baiana. Em sua fala, Liberato enfatizou a importância da autogestão. “A gente está vivendo uma financeirização da saúde. O Planserv é muito importante e vocês têm que escolher qual o melhor sistema para vocês”, concluiu.

Na segunda parte do fórum, realizada no turno da tarde, aconteceu a plenária. Este foi o momento reservado para os trabalhadores que estavam participando do Fórum expusessem suas reclamações e insatisfações com o Planserv e, logo após, propusessem soluções para melhorar o atendimento do Planserv.  Ainda foi formado um grupo para estudar a situação do plano e elaborar uma proposta de autogestão do Planserv pelos servidores.

Estiveram presentes no evento, representando o SINTAJ, os coordenadores geral, de comunicação, intersindical e de aposentados do sindicato, Rudival Rodrigues, Alberto Miranda, Gustavo Vieira e Celeste Oliveira, respectivamente.